segunda-feira, 1 de março de 2010

Pós surrealismo.



Improviso, pessoas e pessoas do bem. O tema seria outro, mas eu adiei.

Não tem como vomitar todo meu amor pelo circo dedilhando partituras sobre o teclado em oito minutos, tempo limite para a minha lan house, literalmente minha house, chamar a prima moderadora e me fazer sair daqui.
Eu estava vendo umas duas fotos que minha irma colocou do show do Circo de Soleil, o Quidan, espetáculo positivista, surrealista, dadaísta inventado pelos maiores artistas circenses do milênio.
Eu gosto de tetro mambembe, pantomima, e fantoches, mas o circo tem sua magia única. Não imagino como seria se eu nunca tivesse visto Monga, a mulher-gorila. Como seria? Eu fico imaginando o trabalho dos trapezistas, dos palhaços, de todos os que tem sua incontinência cigana na cidade. Fantastico. Eu sempre quis saber boas mágicas. Até sei algumas. Eu ouvi um dia uma música cantada por Nara Leão, a segunda melhor cantora do Brasil, com a cara da Bossa, uma musa. Ela dedilhava sua voz cantando a música O Circo. Vejam como é:

Vai, vai, vai começar a brincadeira
Tem charanga tocando a noite inteira
Vem, vem, vem ver o circo de verdade
Tem, tem, tem picadeiro de qualidade
Corre, corre, minha gente que é preciso ser esperto
Quem quiser que vá na frente, vê melhor quem vê de perto
Mas no meio da folia, noite alta, céu aberto
Sopra o vento que protesta, cai no teto, rompe a lona
Pra que a lua de carona também possa ver a festa
Bem me lembro o trapezista que mortal era seu salto
Balançando lá no alto parecia de brinquedo
Mas fazia tanto medo que o Zezinho do Trombone
De renome consagrado esquecia o próprio nome
E abraçava o microfone pra tocar o seu dobrado
Faço versos pro palhaço que na vida já foi tudo
Foi soldado, carpinteiro, seresteiro e vagabundo
Sem juízo e sem juízo fez feliz a todo mundo
Mas no fundo não sabia que em seu rosto coloria
Todo encanto do sorriso que seu povo não sorria
De chicote e cara feia domador fica mais forte
Meia volta, volta e meia, meia vida, meia morte
Terminando seu batente de repente a fera some
Domador que era valente noutras feras se consome
Seu amor indiferente, sua vida e sua fome
Fala o fole da sanfona, fala a flauta pequenina
Que o melhor vai vir agora que desponta a bailarina
Que o seu corpo é de senhora, que seu rosto é de menina
Quem chorava já não chora, quem cantava desafina
Porque a dança só termina quando a noite for embora
Vai, vai, vai terminar a brincadeira
Que a charanga tocou a noite inteira
Morre o circo, renasce na lembrança
Foi-se embora e eu ainda era criança



Daqui, parto para a eternidade, e volto amanhã, se puder. Desculpem a semana sem postar, mas tinha esquecido onde deixei meus dedos.

Até.

Um comentário:

  1. Cirque Du Soleil é um espetáculo a cada apresentação. Quidam é extremamente lindo, assim como os outros. Adoro os circos mambembes do interior, com aquela lona gasta, é lindo demais. Mas confesso um leve probleminha: tenho medo de palhaços D:
    Beijão :)

    ResponderExcluir